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17 de maio de 2014

Postado por Unknown | Marcadores: , ,
Quem já não ouviu falar acerca dos filósofos, médicos, químicos e intelectuais que passaram boa parte da sua vida diante de seu laboratório alquímico tentando decifrar o enigma da pedra filosofal, tão comentada nos círculos iniciáticos da Idade Média? Classificavam esse trabalho como sendo a “Grande Obra”, em alusão ao trabalho executado pelo Princípio Criador que resultou na confecção do universo que conhecemos. Em outras palavras, os alquimistas desejavam criar em pequena escala, assim como Deus o faz em grande escala. É nesse sentido que se referiam ao homem como sendo um microcosmo, capaz de refletir, em partes, o potencial criativo do universal (Macrocosmo).

Alguns célebres alquimistas revelaram, em alto e bom tom, que conseguiram a proeza de confeccionar a famosa pedra filosofal, capaz de transformar metais inferiores em ouro. Outros diziam ter descoberto um elixir capaz de curar todas as doenças e prolongar a vida por tempo indeterminado. Sem nos determos a uma discussão infrutífera acerca da confecção da tal pedra em seu aspecto material e grosseiro, vamos direto ao que realmente interessa, que são os resultados alcançados pelos mais célebres alquimistas em seu próprio desenvolvimento espiritual. É difícil analisar aqui em poucas palavras, as vivências, experiências e descobertas que levaram esses homens à conclusão de que o processo de confecção da pedra era mais subjetivo que objetivo. Apenas para uma análise e conclusão superficial do processo de purificação alquímica, analisemos um dos mais importantes “modus operandi “ dos antigos alquimistas em seus laboratórios:


“O alquimista mistura alguns componentes químicos com reagentes e coloca tudo num destilador ou forno alquímico. Inicia-se um processo de destilação e obtém o que se convencionou chamar o "espírito" daqueles mistos. Em seguida, o resultado do produto destilado era novamente juntado aos restos do processo e iniciava-se o trabalho de purificação por inúmeras vezes. Dessa forma, agindo paciente e insistentemente nesse trabalho árduo, onde era necessário, a todo tempo, controlar a temperatura do forno, o alquimista entrava inconscientemente, em estado de contemplação meditativa, onde alcançava uma elevação de seu ser. Depois de anos de persistência, o alquimista descobria que tentando purificar os materiais, acabava purificando-se e melhorando sua própria personalidade. E, mudando sua personalidade para melhor, notava que tudo à sua volta mudava, haja vista que o preceito hermético prescrito numa esmeralda por Hermes estava certo. “Tudo o que está em cima é como o que está embaixo”. Então, o alquimista descobria, também, com imensa alegria, que tudo o que estava fora era como o que estava dentro dele. Refletia como um espelho, no mundo exterior, as melhorias sensíveis em sua personalidade. Descobria assim, que era possível a transmutação dos metais, não apenas no seu aspecto físico, mas, principalmente, no seu aspecto espiritual, já que acreditava que os minerais também possuíam, por assim dizer, um “espírito”. Na maioria das vezes, quando chegava a essa conclusão magnífica, o alquimista abandonava, de fato, a busca pelo processo de transmutação dos metais em ouro, já que havia descoberto um tesouro interior que ofuscava o brilho de qualquer tesouro profano.


Como vemos, a descoberta da pedra filosofal, como o próprio nome já diz, consiste no conhecimento e reconhecimento dos segredos da sabedoria universal. Mais do que nunca, o alquimista espiritualizado torna-se consciente de sua capacidade de criar e modificar a natureza assim como Deus, já que fora, desde os tempos antigos, caracterizado como sendo criado à imagem e semelhança Daquele. Entretanto, a partir da nova descoberta da pedra filosofal, torna-se capaz de dirigir de forma consciente a sua vontade que é o verdadeiro instrumento da transmutação e da criação de todas as coisas. Eis o segredo da pedra filosofal dos alquimistas. Esse é o poder capaz de elevar o homem à capacidade de criar, assim como Deus, através da vontade firme, persistente e inquebrantável, que pode também ser caracterizada pelos místicos como “fé”, com que tudo é possível. A televisão, o rádio, o computador e todos os inventos que conhecemos surgiram desse processo alquímico de produção que é a mente humana. Eis o verdadeiro forno alquímico capaz de processar as maiores transmutações, através da correta utilização do fogo do desejo e da vontade e que é mantido ativo pela energia da fé. Tudo é possível ao que crê, já dizia Jesus, o maior alquimista de todos os tempos que, agindo em sintonia com o princípio criador universal, fora capaz de transmutar água em vinho para alegrar uma festa.


Há uma grande variedade de textos alquímicos, hoje, à disposição na própria “Internet”. Bons sites e livros excelentes à venda sobre o tema. É necessário, contudo, saber de antemão que o caminho é árduo, cheio de espinhos e armadilhas no início, no meio e... no fim? Ninguém sabe quando, nem onde... Ainda bem!


Texto escrito por Francisco Ferreira. Está licenciado sob uma Licença Creative Commons.

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